As eleições estão a pouco menos que 13 dias de nós e esta é sem dúvidas a mais estranha da História da República. Nem em nossos piores pesadelos pensamos que um dia esta Nação estaria lutando contra o fascismo, em sua mais grotesca faceta.
O quadro é absolutamente claro: estamos diante de uma situação na qual nunca supomos que estaríamos.
A conjuntura política no Brasil de hoje é de tal forma avassaladora que nos vemos forçados a proclamar uma posição perante o Pleito Eleitoral 2022.
Muitos ainda não entenderam o que está em jogo nestes duros dias que temos vivido, apesar de a geração imediatamente anterior à nossa (e falamos aqui do ponto de vista dos nascidos nas décadas de 50 e 60 ) ter lutado bravamente contra esse mesmo inimigo que supúnhamos estar derrotado. Não está!
Nós, dirigentes do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras – IPCN em reunião ordinária do Conselho Diretor, vimos alertar Associados, Associadas e Associades, em especial os mais jovens que atentem para a responsabilidade que nos movimenta neste tabuleiro.
É um jogo de xadrez. É o momento de escrevermos a história desta Nação. Muito em breve os dias de hoje estarão nos livros e cada personagem será julgado por seus atos e omissões.
Há uma luta contra o racismo, a xenofobia, a intolerância, a LGBTfobia, o genocídio indígena e a degradação ambiental. Como ativistas e lutadores antirracistas, que conhecem as sociedades multirraciais, sabemos que são constituídas sobre uma estrutura racista e que o racismo é uma realidade presente e constitutiva da sociedade brasileira, que enriqueceu e sobrevive sobre 350 anos de escravismo e 134 anos de exclusão racial.
Em uma sociedade estruturalmente racista, a concepção de raças superiores e inferiores é uma realidade.
O extermínio da juventude negra e seu encarceramento em massa, em contraste com uma justiça cega e benevolente com os desvios e crimes praticados pelas elites da branquitude são evidências da institucionalidade do racismo à brasileira.
Há um desnível entre a mortalidade de negros e não negros neste pais e um exemplo disto é o aumento vertiginoso das mortes de mulheres negras, enquanto as mortes das não negras tiveram uma queda significativa no mesmo período.
O racismo mata e mata pessoas negras em sua maioria esmagadora. Os ataques as comunidades indígenas e quilombolas tem sido acobertados e ignorados por esse desgoverno, que por outro lado tenta impedir o acesso de negras e negros as universidades e ao serviço público tentando acabar com as políticas de cotas e ações afirmativas. É um governo de extrema direita que odeia pobre e todas as identidades que compões o mosaico pluriétnico brasileiro.
O IPCN tem posição neste pleito e deseja deixar público sua indicação para estarmos ao lado da democracia no esforço coletivo de derrotar o candidato do governo a presidência da república, votando com o candidato Luís Inácio Lula da Silva, e também em todas as candidaturas que apoiem esse candidato, priorizando negras, negros e negres.
O IPCN se coloca do lado oposto daqueles que descabidamente tentam nos destruir. Tentam destruir a nossa Cultura, Tradições, Religiosidade e promovem o desmonte do estado brasileiro prejudicando nossas famílias, filhos , netos, bisnetos .
Não somos ingênuos, sabemos que a “democracia” tão reivindicada pelas elites e pela mídia hegemônica não nos atende, mas permitiu a ascensão do que vem sendo chamado de “bolsonarismo” que é apenas uma nova roupagem para o fascismo que nos impediria até de lutar pela democracia que queremos construir.
É isto meus irmãos e irmãs: vamos votar em 13 dias e queremos mudar o Brasil agora!!!