O mês de novembro inicia com as marcas do assoreamento da vida econômica em nossas capitais, subúrbios, favelas e periferias. Mortes aos milhares contabilizadas, cotidianamente, pela mídia jornalística informam apenas uma parcela dos que morrem em complicações decorrentes do Covid-19. Não representam nem mesmo a metade de todas as mortes causadas por um governo apátrida, proclamado como “mito”.
Quando desaba a economia, as negras e negros são aqueles que primeiro caminham em direção ao cadafalso da vida e aquelas e aqueles cujas mortes serão sempre banalizadas ou justificadas como baixas naturais de uma guerra que não causamos.
Fomos nós, lá no auge da Ditadura Militar, logo após a edição do AI 5, que derrubamos um outro mito: O MITO DA DEMOCRACIA RACIAL.
Fomos invisibilizados na luta contra a ditadura militar, mas construímos histórias de resistência, entre as quais “O Dia da Consciência Negra”, criado pelo Grupo Palmares, fundado em 1971, por Oliveira Silveira, Antônio Carlos Cortes, Ilmo da Silva, Vilmar Nunes, Jorge Xangô e Luiz Paulo Assis, como uma proposta de ser um contraponto ao 13 DE MAIO. O Grupo Palmares lançou no dia 20 de novembro de 1971, no Clube Social Negro Marcílio Dias, homenagem Zumbi dos Palmares.
Em 1978, o Movimento Negro Unificado/MNU, somando às celebrações do Grupo Palmares, em Porto Alegre, assumiu o 20 DE NOVEMBRO em homenagem a Zumbi dos Palmares, levando essa decisão para vários estados no país, popularizando essa data.
Estamos há 50 anos daquele dia 20 DE NOVEMBRO, ainda lutamos contra a estrutura desigual cada vez mais exposta em todo o território nacional, por isto iremos às ruas, em todo o país, no grande Ato Nacional da Consciência Negra e Fora Bolsonaro, convocado pelas organizações nacionais do MN e apoiado pelas frentes Brasil Popular, Povo sem Medo, Centrais Sindicais, Movimentos Populares, de Juventude, de Mulheres entre outros.
Na efervescência dessas lutas, o IPCN, fundado em 1975, também está no trabalho de edificar a sua reestruturação interna. No momento de pandemia e superação das dificuldades econômicas reabre sua sede, como previsto no estatuto, com uma Assembleia Extraordinária Especial Híbrida, no dia 19 de novembro de 2021, às 19 horas, para ratificar nosso compromisso com a democracia e com a vanguarda da luta antirracista por direitos para os povos historicamente oprimidos.
Afinal, como gostamos de repetir: “SOMOS O CENTRO IRRADIADOR DA LUTA CONTRA O RACISMO”, que sem um canal virtual de comunicação e diálogos, não estaria inserido na onda midiática do século XXI, por isso haverá nesse dia o lançamento oficial do Portal IPCN.
O IPCN somos nós, suas associadas e associados, estaremos sempre participando representados por cada militante, cada membro dos órgãos de direção, em eventos e atividades institucionais e as muitas comemorações em nossas coirmãs.
Conselho Editorial