O nosso povo preto e periférico provou que tem muita fibra e nervos de aço, quando ainda em campanha, em 2017, ouviu do atual presidente a promessa de que iria acabar com os quilombos. Quando, em uma declaração racista, associou o peso de um homem negro quilombola a arrobas (unidade de medida usada na pesagem de gado).

Esses últimos quatro anos, foram de tragédias e retrocessos. Quando olhamos bem de perto para os números de vítimas de Covid-19 no Brasil é que notamos o quanto ainda estamos sendo alvo sistêmico desse desgoverno genocida.

As mulheres negras, chefes de famílias, ou seja, mães-solos pretas e periféricas foram as mais afetadas, seguidas dos homens negros, segundo estudos realizado pelo *Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass)* , atualizados no dia 19 de agosto. Foi preciso mais que nervos de aço para suportar quatro anos desse desgoverno genocida associado a uma pandemia global, que por aqui, parece mesmo que teve alvo e endereço certo: *mulheres pretas solos pobres e periféricas*

O IPCN não só celebra e tenta respirar um pouco mais mediante às eleições, conduzidas, dentro do possível, com lisura e transparência. Mesmo diante de tentativas de coações ilegais registradas no sudeste e principalmente no nordeste, e até casos de assassinatos foram denunciados por parte de candidatos aliados ao atual presidente.

O voto negro foi uma verdadeira lição de cidadania e uma sólida base essencial para a vida democrática do Brasil. Advém da vitória incontestável no processo oriundo da escolha popular que emana o direito ao exercício irrevogável de um mandato em uma nação democrática.

Impenetrável e resistente na defesa dos valores democráticos brasileiros, o Instituto de Pesquisas das Culturas Negras (IPCN) saúda e parabeniza a bem sucedida conclusão do pleito eleitoral encerrado no último dia 30 de outubro, sob a condução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O IPCN saúda e parabeniza o *Presidente Eleito Luiz Inácio Lula da Silva*, desejando-lhe sucesso e grandes realizações na condução e governança da República Federativa pelos próximos quatro anos, a partir de 1º de janeiro de 2023, consciente de que seu mandato garantirá o compromisso do Estado com o combate ao racismo e com a promoção de equidade racial e social para as populações negras, indígenas, lgbtqi+, pobres e periféricas, priorizando a Educação Pública, dando-lhe autonomia, acessibilidade, gratuidade, inclusão e qualidade do ensino básico às universidade em todo território nacional. Parabéns Presidente Lula!

Conselho Diretor do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras do Brasil.