Quatro anos e oito meses depois, as investigações seguem sem um escurecimento da Justiça

Para lembrar do Dia da Favela, nesse 4 de novembro negro, o Instituto de Pesquisas das Culturas Negras vem lembrar uma mulher preta, ativista e periférica que não deve jamais ser esquecida, principalmente em tempos atuais, quando podemos de novo reativar os mecanismos democráticos, que ficaram renegados nesses período, que sucedeu a vigência de um governo fascista.

O assassinato da vereadora carioca Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes completou quatro anos e oito meses com uma pergunta sem resposta: Quem mandou matar Marielle? Os executores do crime, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, estão presos desde 2020, mas a força-tarefa responsável pela investigação ainda busca os mandantes.

Segundo o Ministério Público, as investigações em torno desse crime hediondo continuam e até o primeiro trimestre deste ano, a equipe coletou novos depoimentos com a finalidade de obter provas sobre quem foi o mentor ou, os mentores, deste crime.

Um acordo foi firmado entre a força-tarefa para a liberação de dados telemáticos do Facebook, que são considerados importantes para o aprofundamento da investigação. A empresa reafirmou seu empenho e o emprego de todos os esforços para a obtenção dos elementos de prova a fim de alcançar os mandantes.

Para a viúva de Marielle, Mônica Benício, quatro anos sem conclusão já é tempo demais. E de fato fica evidente a morosidade na resolução do caso Marielle por parte de alguns setores do judiciário e do legislativo. O pai da vereadora, Antônio Francisco da Silva disse que a saudade da filha é muito grande e acrescentou, que o crime pode sim, estar relacionado à atuação política de Marielle.

Marielle Franco e Anderson Gomes foram mortos na noite do dia 14 de março de 2018, no bairro do Estácio. A vereadora seguia para casa depois de sair de um evento no centro do Rio, quando o carro em que ela estava foi interceptado e alvejado. O policial reformado Ronie Lessa e o ex-PM vão a júri popular pela execução do crime, em data ainda não agendada. De acordo com as autoridades, ambos têm relações com grupos de extermínio e milícias. Apesar de presos, os réus não apontaram os possíveis mandantes do crime.

Todo as entidades, associações e organizações sem fins lucrativos para promoção de equidade racial e social das populações negras, indígenas, lgbtqi+, pobres e periféricas atuantes no Brasil ainda manifestam, protestam e cobram uma resposta para esse crime, todos os brasileiros querem saber: quem mandou matar Marielle Franco e Anderson Gomes.

Sobre o Dia da Favela:
Desde 1900, o dia 4 de Novembro é conhecido como o Dia da Favela. A data, muito conhecida no estado do Rio de Janeiro, que segundo o IBGE (2019), é o 5º estado brasileiro com o maior número de aglomerados subnormais, é usada para lembrar, celebrar e alertar sobre a luta que os moradores dessas regiões enfrentam.

ASCOM IPCN BRASIL
Colaboração – Fabio Nascimento
(Jornalista e Analista de Marketing no IPCN)
– @oncomunicacoes1