Nos idos de 1925 foi redigida uma obra que seria o pilar ideológico do Nazismo – “Mein Kampf” (Minha Luta). Hitler defendia, entre outros, a superioridade da raça ariana sobre as demais etnias. Não demorou para que fossem implantados nos campos de concentração experiências científicas com os “sub-humanos” aprisionados. Os propósitos eram dignificantes, a exemplo; reações à alta altitude, usando câmaras de baixa pressurização para determinar a altitude máxima da qual as equipes de aeronaves danificadas poderiam saltar em segurança de paraquedas; experiências de congelamento, utilizando os prisioneiros como cobaias para descobrir um método eficaz de tratamento para a hipotermia na tropa ou mesmo a reação à inalação do gás mostarda.

A Xuxa Meneghel na live da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (https://www.youtube.com/watch?v=NZNU-aL831g) se portou como adepta das práticas nazistas. Ao propor a realização de experimentos, testes com vacinas e medicamentos aos elementos sob custódia do Estado brasileiro. Condoída com práticas dolorosas que as indústrias farmacêuticas ou voltadas para a produção de cosméticos submetem aos animais. O alvo primordial das políticas higienistas proposto pela apresentadora são explicitadas na brilhante publicação Mapa do Encarceramento (2015) de Ronaldo Barros, ex-secretário de Políticas de Ações Afirmativas da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (https://www.gov.br/…/noticias/junho/mapa-do-encarceramento aponta-maioria-da-populacao-carceraria-e-negra-1). 

Revela que, no período analisado (2005 a 2012), são jovens os 54,8% da população carcerária brasileira e 60,8% da população prisional era negra. O relatório concluiu que quanto mais cresce a população prisional no país, maior é o número de negros encarcerados. O CONECTAS (https://www.conectas.org/…/brasil-e-o-terceiro-pais-que… pessoas-no-mundo) acrescenta que nos últimos 20 anos, o encarceramento cresceu 379%, enquanto que a população do país cresceu apenas 30%, ou seja, são aproximadamente 300 presos por 100 mil habitantes. Por último, registra que o perfil da população carcerária é composto por homens, pretos ou pardos, jovens e com baixa escolaridade. Embora torpe, a solução defendida pela apresentadora está em harmonia com os símbolos do momento que vivemos. Quando o Filipe Martins, assessor especial de Assuntos Internacionais da Presidência da república, acena com gesto obsceno para alguns ou identificado como ícone de supremacistas brancos para outros segundo as manchetes estampadas nos principais veículos de comunicação do país. Seguido do post publicado por Eduardo Bolsonaro, em 2016, com bandeira atribuída aos supremacistas brancos e grupos racistas e fascistas norte americanos como a Klu Klux Klan (https://www.esquerdadiario.com.br/Bolsonaro-posa-com bandeira-fascista-e-depois-diz-que-o-fascismo-e-de-esquerda).

Independente para qual direção voltarmos os olhos, a decadência do trato com a dignidade das famílias negras é crescente, mas não há novidade no país em que 57 mi de eleitores escolheram um candidato declaradamente misógino, racista, homofóbico, xenófobo e com políticas sanitárias de caráter genocida.

Por: Plinio Temba – Em 29/03/21 para o IPCN.