Impressão dos investigadores sobre o caso Marielle Franco revelam muito sobre o caráter desta mulher preta política

Ao tomar ciência do pronunciamento do delegado Giniton Lages, diretor do Departamento-Geral de Polícia da Baixada Fluminense, primeiro investigador do assassinato de Marielle Franco, entrevistado por Roberta Jansen, jornalista do O Estado de S.Paulo, não foi possivel deixar passar sem escrever algumas linhas para revelar aos brasileiros pretas e pretos, em especial, sobre a impressão que a investigação deixou nos investigadores.

De acordo com entrevista concedida pelo Delegado Giniton Lages, que acabou por escrever um livro, revela que, ao longo da investigação, se apaixonou muito pela vereadora Marielle Franco.

Sendo a equipe “constituída por seres humanos e não máquinas,” acabou se apegando a pessoa de Marielle. O comportamento da veradora mexeu com a humanidade do policial.

Ocorreram muitos ataques à imagem dela, muito fake news, mas o mergulho na história daquela personagem politica levou a conhecer a verdade sobre a mulher. A equipe percebeu que nada que polarizaram sobre a vereadora era verdadeiro.

No livro, há citação de uma frase da (escritora americana) Toni Morrison: “As definições pertencem aos definidores, não aos definidos”.

A equipe teve a oportunidade de conhecer Marielle um ano antes do crime, através de um aplicativo que pertencia a vereadora, instalado no celular que gravava todas as ligações feitas e recebidas.

O retrocesso levou a equipe a conhecer a mulher preta, mãe, batalhadora, profissional fiel aos seus objetivos de vida.

O Delegado relata em sua entrevista que “a gente imagina o que vai ouvir de um político durante um ano, em todos os telefonemas gravados…. Já imaginou instalar esse aplicativo no celular de alguns políticos por ai e poder ouvir tudo, durante um ano, sem barreiras? Mas no dela não tinha nada. Era uma pessoa absolutamente ética, com objetivos, uma excelente filha, uma mãe dedicada, apaixonada pelo seu mister, que acreditava que estava transformando as pessoas. A relação dela com os assessores, ela cuidava de cada um deles, a relação com a filha, com a companheira. Então, realmente, não tinha como não se apaixonar por ela.”

Afirmou que muitos da equipe saíram do caso Marielle transformados para melhor.
Segundo o delegado ele mesmo passou a ser
um ser humano melhor.

Entende agora que “Marielle foi uma morte cruel, violenta, uma perda para a democracia, uma voz que foi calada, um vazio que se abriu. Era para ela estar aí, falando. Por que abrir mão de uma fala, de uma voz? Por que essa morte?”

Enfim foi fortalecedor fazer a leitura do texto e descobrir a influência de nossa Marielle Franco, após a violenta morte, por seu caráter político ilibado. Impossível deixar de registrar.

A comunidade negra conhecia Marielle Franco e agora o mundo compreende ainda mais sobre o motivo, o significado de nossa luta, nosso grito por Marielle PRESENTE será eterno!

Texto resignificado da entrevista no site:
https://brasil.estadao.com.br/noticias/rio-de-janeiro,caso-marielle-nunca-havia-visto-um-crime-tao-bem-planejado-diz-1-delegado-a-investigar-morte,70004096963